Alimentos bons ou ruins? Devemos classificar?

Criando uma boa relação das crianças com a comida.

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Muitas vezes temos o hábito de classificar os alimentos entre “bons”, sendo eles as frutas, verduras e legumes, e “ruins”, se encaixando os doces e fast-food, por exemplo. No entanto, a alimentação das crianças vai muito além de ser apenas nutrientes e calorias. É um momento que envolve sensações, compartilhamentos, descobertas e muito mais. Nesse contexto, é muito importante ter cuidado ao classificar os alimentos nessa divisão simplista porque isso pode dificultar a criação de uma boa relação dos pequenos com a comida.

 

Isso porque, ao classificar os alimentos dessa forma, podemos estimular que as crianças sintam culpa ao comer algo do grupo dos “vilões”, que podem ser muito saborosos e atrativos, e, de certa forma, “proibidos”. Ou então, elas podem até se sentir estimuladas a procurar e comer esses tipos de alimento, afinal o que é “proibido” é sempre mais gostoso.

Por isso, mais importante que analisar os alimentos de forma individual é avaliar o contexto alimentar no qual eles estão inseridos e a frequência com que são consumidos. Desse modo, todos os alimentos, até os que são colocados no grupo dos “vilões”, podem ser encaixados em uma alimentação balanceada, desde que em pequenas quantidades e com baixa frequência. Isso se a criança já tiver mais de dois anos de idade!

Outro ponto interessante é que as crianças aprendem muito observando. Por esse motivo, ao invés de falar que um alimento é bom ou ruim, mostre quais alimentos elas devem preferir no dia a dia, com a rotina da família. Por exemplo, se em casa sempre tem verduras, frutas e legumes, e a família toda come com prazer, elas também seguirão os passos dos mais velhos e entenderão que esses alimentos devem ser preferidos.

Além disso, as crianças precisam ser ensinadas sobre alimentação para aprenderem a fazer escolhas conscientes sozinhas. Desse modo, elas saberão optar pelos alimentos que devem comer com maior e menor frequência. É importante também que os pequenos aprendam a comer devagar, saboreando e prestando atenção nos alimentos. Com isso eles conseguem perceber quando a quantidade já é suficiente e evitam exageros.

Portanto, não devemos encarar nenhum alimento como “vilão” ou “bonzinho” por si só, pois a alimentação das crianças é um resultado de tudo o que comem, na frequência que comem e o reflexo do que veem em casa. Só precisamos ficar espertos com relação aos excessos!

Desafio NutriAção

Agora o desafio será dedicado exclusivamente aos pais e cuidadores. A missão é melhorar a alimentação das crianças através do próprio exemplo.
Comece a incluir legumes e frutas nas suas refeições, conversando com as crianças sobre como esses alimentos são gostosos e também bons para a saúde! Não obrigue ou intimide a criança a fazer o mesmo. Apenas converse naturalmente e ofereça a ela uma pequena prova do que está em seu prato, fazendo assim com que a oferta de novos alimentos seja algo natural e que ela tenha curiosidade de também experimentar algo novo.

Referências:

  • Carvalho MCVS, Luz MT, Prado SD. Comer, alimentar e nutrir: categorias analíticas instrumentais no campo da pesquisa científica. Ciênc. saúde coletiva. 2011; 16(1):155-163.
  • IDEC. DOCE DEMAIS. REVISTA DO IDEC. 2015.

  • Miranda VSG, Flach K. Emotional aspects in food aversion in pediatric patients: Interface between speech therapy and psychology. Psicol. em Estud. 2019; 24: 1–8.

  • Secretaria da Educação. OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR. Cadernos PDE, Paraná. 2013.

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