Prestar atenção na hora de comer pode alterar a quantidade do consumo de alimentos

Você já se perguntou o que é preciso para que seu filho tenha realmente uma alimentação saudável? 

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Quando as crianças realizam suas refeições, muitas vezes não concentram sua atenção exclusivamente na comida, dividindo o foco com televisão, tablets, brinquedos ou outras distrações. Esse comportamento não está correto! Não se deve dividir a atenção entre as refeições e essas distrações, pois pode contribuir negativamente na relação dos pequenos com o alimento, podendo atrapalhar na noção da quantidade e qualidade da alimentação.

 

De fato, o excesso de tempo gasto utilizando celulares, tablets, computadores, videogames e outras telas, chamado de tempo de tela, é um fator de risco para o ganho de peso excessivo das crianças. Isso porque está associado não só à ingestão de maior quantidade de alimentos, mas também à preferência por alimentos com menor qualidade nutricional.

Nesse sentido, segundo a Academia Americana de Pediatria, as crianças não devem ultrapassar o tempo de 2 horas por dia em frente à TV. No entanto, a realidade é bem diferente. No Brasil, por exemplo, a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) observou que 79,5% dos escolares do nono ano no ensino fundamental passaram, por dia, duas horas ou mais assistindo TV.

Comer dividindo a atenção com as telas pode trazer diversos prejuízos aos pequenos, como, por exemplo, um maior consumo de alimentos com alta quantidade de calorias e baixo valor nutricional, como refrigerantes e doces, e menor consumo de alimentos considerados saudáveis, como frutas e verduras.

Além disso, essa distração interfere nos sinais de fome e saciedade das crianças, podendo levá-las a comer mais sem necessidade. De fato, um estudo realizado pela Universidade de Bristol, na Inglaterra, observou um aumento no tamanho da refeição e menor saciedade nas pessoas que comiam enquanto jogavam um jogo no computador.

Mas você deve estar se perguntando como saber se seu filho está com uma alimentação balanceada. A Sociedade Brasileira de Pediatria elaborou uma tabela com as porções e os grupos alimentares que alimentação dos pequenos precisa ter.

Portanto, na hora da comer, é importante que os baixinhos tenham atenção plena nessa atividade, prestando atenção em seus sinais de fome e saciedade e, assim, conseguindo controlar adequadamente o quanto e o que comem.

 

Desafio NutriAção

Brincadeiras na hora de comer? Dá para fazer as refeições ficarem mais divertidas! Nesse desafio, escolha uma letra e peça para que seu(ua) filho(a) falar todos os alimentos que comecem com essa letra. Com certeza, vocês vão descobrir muita coisa juntos.

 

 

Referências:

  • Almeida CC, Assumpção AA. A eficácia do mindful eating para transtornos alimentares e obesidade: revisão integrativa. Pretextos - Revista da Graduação em Psicologia da PUC Minas. 2018; 3(6).
  • American Academy of Pediatrics, Committee on Public Education. Children, adolescents, and television. Pediatrics. 2001;107(2):423-6.
  • Levy RB, Castro IRR, Cardoso LO, Tavares LF, Sardinha LMV, Gomes FS et al. Consumo e comportamento alimentar entre adolescentes brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2009. Cienc Saude Coletiva. 2010;15 Supl 2:3085-97.
  • Rodrigues RRM. Associação entre tempo de tela e consumo alimentar em adolescentes escolares de Niterói/RJ. Universidade Federal Fluminense Instituto de Saúde Coletiva Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. 2016.
  • Rossi CE, Albernaz DO, Vasconcelos FAG, Assis MAA, Pietro PFD. Influência da televisão no consumo alimentar e na obesidade em crianças e adolescentes: uma revisão sistemática. Rev. Nutr., Campinas. 2010;23(4):607-620.
  • Oldham-Cooper RE, Hardman CA, Nicoll CE, Rogers PJ, Brunstrom JM. Playing a computer game during lunch affects fullness, memory for lunch, and later snack intake. The American Journal of Clinical Nutrition. 2011;93(2), pp. 308 – 313.
  • Oliveira JS, Barufaldi LA, Abreu GA, Leal VS, Brunken GS, Vasconcelos SML, Santos MM, Bloch KV. ERICA: uso de telas e consumo de refeições e petiscos por adolescentes brasileiros. Rev Saúde Pública 2016;50(supl 1):7s.

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